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terça-feira, 17 de maio de 2011

bloco de notas (celular)

1) Cochilo Pesado.
ônibus lotado
não me impede
de sonhar.

2) Tarde Cinza.
Esvazio o cinzeiro
e espero a chuva cair.

3) Conto.
Cada dia um encontro.


segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Aspirações

Tia Maria aspira o carpete da sala,
pede para fazer seu trabalho em paz.
Não posso entrar. Espero.
Respeito aspirações alheias.

A máquina exala ar quente,
o vapor suga o quê vê pela frente:
Poeira e restos de um longo dia.

Do lado de fora fico maquinando,
a mente registra e apaga minhas pirações.
A cabeça ferve, esfumaça, entorna...
E lá se vão os vestígios do meu cotidiano.



domingo, 30 de janeiro de 2011

Espelho (mantra)

refazer os planos
superar os enganos
enxugar os prantos
seguir no infinito
nomear cada passo
descobrir os sonhos do mundo

refazer os enganos
superar os planos
enxugar o infinito
seguir sem pranto
descobrir cada passo
nomear os sonhos do mundo.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Eliete

Fotos espalhadas sobre o criado-mudo.
Nenhuma delas traz seu sorriso.
Tímida.
Cabelos pretos, olhos pequenos
Semblante triste...
Olho seu retrato todos os dias para não perder sua fisionomia.
Forço a lembrança para não esquecer os momentos em que ela foi minha:

Aos domingos minha mãe preparava macarronada com molho bem vermelho.
Ela temperava bifes e dava pedacinhos crus para eu comer.
Mãe, tô com fome
Mata um homem e come
Eu achava graça da rima sem malícia.

Um dia um inseto pousou na sua cabeça.
Ela soltou um grito e correu por toda a sala.
Passado o desespero, rimos até perder a fala.

Assim caminho pela vida:
Fazendo versos e colecionando fotos,
(re) construindo histórias perdidas em minha memória.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

2 Minicontos e um poema.

Último capítulo
Deitou o livro sob o peito e apertou o gatilho.



Separação
Pratos ao chão.
Quem irá juntar os cacos agora?



Poesia
Perdi a rima.

Não o devaneio.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sentimento Universal

DAS POUCAS coisas que sei sobre a vida, a maior parte delas aprendi com meus irmãos. Acompanhando o crescimento deles, e crescendo junto deles, é que formulei a maioria das coisas que penso.
E foi assim: aprendi a me defender para proteger meus irmãos; aprendi a dividir para repartir com eles, me vesti de fantasias para que eles pudessem sonhar também. Com meus irmãos senti o peso da palavra responsabilidade, e entendi que um ser humano é diferente do outro, que devemos amar as pessoas como elas são e não como gostaríamos que elas fossem.
Sinto-me como um pai ao ser questionado sobre qual é o filho predileto. Pai não tem filho predileto, ama todos da mesma forma, com a mesma intensidade. Pode haver um filho pelo qual se identifica um pouco mais, que talvez consiga levar um papo mais redondo. Mas, amar, pai ama todos seus filhos de maneira igual. Amo meus irmãos todos da mesma forma.
Talvez eu não tenha sido o irmão mais velho perfeito. Mas minhas atitudes, meus exageros e as minhas omissões sempre foram com amor de quem só teve o propósito de acertar, o que nem sempre foi possível.
Se hoje possuo alguma qualidade, isso é consequencia da convivência com meus irmãos e fruto de um sentimento que é universal: o mais puro afeto.




quarta-feira, 24 de março de 2010

Deixe de lado esse baixo-astral ...

Ando baixo-astral. E olha que nem entrei na fase final do meu ciclo astrológico, época em que as energias se esgotam e a instabilidade emocional e a insegurança tomam conta do nosso ser. Já deu para perceber por quantas ando né? Tá foda. As coisas ao meu redor até que andam bem: dinheiro na medida certa para pagar as contas, a diabetes quase controlada e amando, “que também sem um carinho ninguém segura esse rojão”.

O problema é esse Brasilzão. Ando angustiado com tanta violência, impunidade, desigualdade e com os valores que a nossa sociedade tem adotado. As coisas estão acontecendo: crianças sendo maltratadas, bêbados irresponsáveis matando em acidentes de trânsito, corrupção de todo lado, e fica tudo por isso mesmo. Sem falar no professor, coitado, esse então tá com a moral pior que a do time do Palmeiras. Ao menos os palestrinos ganham bem e contam com uma torcida fanática, muito contrário dos mestres que, além de ganharem mal, não contam com o apoio de ninguém.

Tá certo, vai ver estou exagerando e as coisas não devem ser assim desse jeito como vejo.
Preciso aprender a deixar de ser dramático e ser um pouco mais patriota, afinal o Brasil é um país alegre, festeiro, que vai se virando como pode, de rebolation a big brother.

Tá certo, vai ver é bobeira minha, ou então a culpa é dessa dose de uísque e da fina garoa que vejo cair pela janela entreaberta.